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Uma irreverência inveterada da mais pura boêmia, da mais pura insensatez, das mais loucas das loucuras, dos mais sórdidos dos desejos, das incertas incertezas, dos pecados apegados, do fracasso do acaso, afogado em longos frascos, da mais pura irreverência, da mais pura boêmia.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Tirando a viseira



Retire a viseira
e tenha outra visão
quebre as fronteiras
da sua própria razão.
.
Veja tudo ao seu redor
e compreenda sempre mais.
Analise o futuro
do ponto de vista
de quem quer mais.
Mais saúde e justiça
um mundo de dignidade.
A viseira é que nos venda,
a ver sempre o que vende mais,
mas se o futuro é duvidoso,
eu quero mesmo é dever mais.
.
Retire a viseira
e tenha outra visão
quebre as fronteiras
da sua própria razão.
.
Escondidos nos brindados
rodeados de riquezas,
e só lembram das barreiras
desabando no noticiário.
Será que a fortuna verdadeira
escondidas nos bancos alimentam,
alimentam a certeza de um mundo mais humano?
.
Retire a viseira,
e tenha outra visão,
quebre as fronteiras,
da sua própria razão.
.
É mais um pobre coitado
cravado de bala deitado no asfalto
pedindo socorro e o mundo cegou.
Foi mais um vagabundo
noiado de pedra
tirando outra vida
de um homem trabalhador.
Será que a verdade escrita
nessas pedras alimentam um mundo mais humano?
Será que meus filhos e netos
vão nascer nessa zorra total?
Será que tudo isso nunca vai acabar?
Será meu Deus preciso tanta gente ter que morrer?
Será possível tanta gente cega, ou estão se cegando pra não ver?
É tanta bandidagem escondida no senado,
são tantos picaretas escondidos nos blindados.
Morre mais gente no Brasil do que nas guerras pelo mundo.
Será que eu quero mesmo ver meu filho nascer?
e por no mundo mais um inocente recrutado pra morrer...
Poeta é o caralho eu quero ver essa merda melhorar, Brasil!
.
Retire a viseira,
e tenha outra visão,
quebre as fronteiras,
da sua própria razão.

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